terça-feira, 9 de abril de 2013

desabafo


Escrever pra mim é muito mais fácil do que falar.
Eu não sei ao certo o que se passa comigo, o que eu sei é que no momento dói; minha vida tem sofrido muitas mudanças repentinas e inesperadas e eu me vejo tendo que conviver e me adaptar com certos tipos de coisa que eu não queria aceitar, mas me vejo obrigada a isso.
Sou do tipo de pessoa, que “sofre calada”, as vezes prefiro guardar as minhas dores pra mim, prefiro chorar no meu canto, escondido. Coloco pra fora toda dor acumulada durante esses anos, em forma de palavras escritas e lágrimas.
Não vou dizer que a minha vida é ruim, pois ela é o que eu mais tenho de precioso, dou valor ao que Deus me deu, e agradeço todos os dias a ele por simplesmente ter acordado, mas são grandes os obstáculos que eu tenho tido de enfrentar. Pode parecer bobeira aos olhos de alguns, pode parecer que eu não tenho com o que me preocupar, que eu só tenho por obrigação estudar, que eu não sei o que são problemas, mas a verdade é que eu sinto, não tem sido fácil, na verdade acho que nunca foi, das lembranças que eu tenho, muitas não são nada boas, vi e sei de muita coisa, era pequena quando comecei a descobrir a crueldade que existe no mundo e como as pessoas são capazes de machucar as outras, e continuar cometendo o mesmo erro. Foi de pequena que as decepções começaram, e pior ainda, dentro de casa. Descobri coisas que para uma criança foi um terrível choque, e na verdade até hoje é.
Muitas vezes vi meu pai cometer erros terríveis, vi minha mãe chorar enumeras vezes, e eu pra não chorar na frente dela, me trancava em meu quarto e ali sozinha eu chorava, eu não queria que ela me visse daquele jeito, o homem que ao mesmo tempo era o meu heróis, me decepcionava aos poucos, foram anos e anos nessa mesma história, noites mal dormidas, choros escondidos, pedia a Deus por solução, ver minha mãe chorar sempre me arrancou o coração, eu sempre sofri com ela, mesmo que ela não soubesse.
Descobri que eu tinha uma irmã, e que meu pai não havia me contado nada, que por anos ele me escondera isso. Com 11 anos eu descobri e com 15 ele surgiu com a história, mas nunca se aprofundou no assunto, nunca me contou o que aconteceu, nunca me explicou nada. De uma hora pra outra eu me vejo com uma irmã, dentro de minha casa, aquilo pra mim foi muito estranho, eu não estva pronta pra isso, mas mais uma vez eu tive que fingir que estava, tive que aguentar quieta, fingir que tudo aquilo era normal, mas na verdade não, de normal não tinha nada. Foi como se minha vida tivesse virado de ponta cabeça novamente, tanta mágoa, tanta decepção, tanta dor.
Tenho tamanho, tenho certa idade, mas em mim há uma menina que nunca cresce, que pede por atenção, por um gesto de carinho que quase nunca recebeu, uma menina que crescer, que precisa de ajuda, que precisa de um rumo novo, de uma vida nova, precisa aprender a acostumar com os tombos das vida. Na verdade ela já deveria ter acostumado, mas ela ainda chora, pra ela ainda doi e doi muito .